A chamada classe C, que emergiu no Brasil nos últimos anos, está amadurecendo. É o que revela uma pesquisa feita pela consultoria especializada no varejo GS&MD – Gouvêa de Souza, com 360 consumidores de São Paulo, que migraram de classe social.
O que fica claro no estudo, chamado de “O consumidor mais por menos redefine o varejo”, é que essa massa gigante da população já consumiu os produtos e serviços que sempre quis. Agora ela quer qualidade de vida. E a casa passa a ser o centro das atenções. Segundo a consultoria, para 45% dos homens e 40% das mulheres, um imóvel novo, maior ou melhor localizado, é o principal desejo de consumo atualmente.
“O consumidor, não necessariamente, quer comprar o primeiro imóvel. Ele quer viver melhor. A casa é o epicentro da vida, do lazer. Segunda a pesquisa, em primeiro lugar o consumidor quer passar o tempo com a família em casa. Em segundo, quer assistir a filmes em casa e só depois sair com amigos. Isso é um investimento diferente e mostra a maturidade do consumidor emergente”, diz o economista Luiz Góes, responsável pela pesquisa e sócio sênior da consultoria GS&MD.
Na lista de desejos da classe C apontados pela pesquisa, o carro vem em segundo lugar e em terceiro, a educação, que passa a ser um item importante para acompanhar essa mudança de status social. Mesmo querendo mais, o consumidor não quer abrir mão de pagar menos.
Do outro lado da história estão o varejo e a indústria. Durante anos eles tiveram o poder de indução ao consumo, escolhendo o que era melhor para o consumidor. Agora, terão que se adaptar a uma nova realidade. “O consumidor está induzindo o varejo, não é mais ‘do jeito que querem me vender e sim como eu quero comprar’. Com a indústria a mesma coisa. Depois de muito tempo passou a se preocupar com o que o consumidor pensava de seu produto. Esse processo ainda caminha devagar. Mas como a classe emergente tem o poder do consumo, ela vai ter que ser ouvida”, conclui o economista da Gouvêa de Souza.
Fonte: Portal G1
