Levantamento da Associação Paulista de Supermercados (APAS), por meio da Nielsen – empresa especializada em pesquisa – constatou que em 2010 aproximadamente 53% das famílias gastaram mais do que receberam. Para a quitação das dívidas, elas utilizaram concessão de crédito.
O aumento dos níveis de emprego e renda possibilitou maior ingresso de pessoas ao mercado de crédito, e assim, houve demanda reprimida pela compra de diversos bens e serviços, sobretudo entre as classes C, D e E. “Vale atentar que o alto endividamento pode trazer impactos negativos no desempenho do comércio varejista, pois em algum momento as dívidas contraídas deverão ser pagas. Caso o consumidor não tenha condições de quitá-las, reduzirá o consumo de outros produtos”, lembra o diretor de Economia da APAS, Martinho Paiva Moreira.
Inadimplência
O primeiro semestre fechou com 8,4% de inadimplência, de acordo com dados do Banco Central. “O percentual é inferior ao registrado até junho de 2010, que foi de 9,10%, mas ainda se mantém em um patamar elevado, diante de toda a série histórica”, informa o diretor. O melhor desempenho foi registrado em maio de 2005, com 4,9%, e o pior em dezembro de 2009, com índice de 12,8%.
De acordo com dados da Fecomercio-SP, estima-se que 47,3% dos consumidores possuem algum tipo de dívida, e destes, 15,5% estão inadimplentes. Aproximadamente 19% da população têm mais de 50% de sua renda comprometida com dívidas, sobretudo com cartões de crédito, tipo de dívida mais frequente (74%). “O alto endividamento e comprometimento da renda podem afetar em menor grau algumas categorias específicas, como itens supérfluos. Mas, de modo geral, o maior impacto é verificado nos bens de consumo duráveis, como eletrodomésticos e eletroeletrônicos”, comenta Martinho.
