Quase quatro milhões de famílias vão engrossar as classes A e B entre 2010 e 2020 e comandar uma nova onda de consumo no país. Metade desses domicílios ricos e de classe média estará em cidades do interior, com até 500 mil habitantes, segundo estudo da consultoria Boston Consulting Group (BCG).
Embora a classe C deva continuar crescendo em ritmo forte, com a ascensão de 5,3 milhões de famílias, são os gastos do topo da pirâmide que darão fôlego ao consumo nos próximos anos. Em 2020, os gastos das famílias brasileiras devem chegar a R$ 3,2 trilhões, e as classes A e B vão responder por R$ 1,3 trilhão desse total – valor equivalente a um quarto do PIB brasileiro em 2012. Nos anos 2000, as famílias A e B representavam 8,3% do total de domicílios do país. Esse porcentual avançou para 11,7% em 2010 e deve chegar a 14,8% em 2020, quando 10,2 milhões de lares serão habitados por pessoas ricas e da classe média.
Aumento da renda muda hábitos de consumo
Até o fim da década, milhões de famílias terão acesso a produtos e serviços que antes estavam fora do alcance. De alimentos com maior valor agregado a artigos de luxo, a sofisticação do consumo em todas as classes está diretamente ligada ao aumento da renda nos domicílios.
As famílias que vivem em situação de pobreza e mesmo aquelas que saíram recentemente desta condição tendem a concentrar os seus gastos em bens duráveis, enquanto as emergentes, que estão chegando à classe C, começam a experimentar produtos e serviços com maior valor agregado, como educação privada para os filhos e carro novo. A classe média tradicional gasta com viagens aéreas, hotéis, serviços de lazer, ações e fundos de investimento. E os mais abastados sofisticam ainda mais o consumo, com artigos de luxo, carros importados, viagens e imóveis novos.
Supermercados
O primeiro lugar onde os hábitos mudam quando há mais dinheiro no bolso é no supermercado. Segundo levantamento do Ministério da Agricultura, o aumento da renda faz avançar o consumo de carnes, bebidas, derivados de leite e frutas e alimentos industrializados.
Fonte: Gazeta do Povo – Curitiba