No dia 8 de maio, importantes empresários do varejo brasileiro se reuniram com a presidente Dilma Rousseff em São Paulo, a fim de discutir questões de grande impacto na operação diária das lojas em todo o país. Um dos pontos abordados já conta com desdobramentos: a proposta do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), que, com a efetiva participação de supermercadistas, propõe uma nova regulamentação de trabalho aos funcionários do setor, levando-se em consideração suas características específicas, tais como trabalhos aos finais de semana e feriados, foi bem aceita por Dilma. Agora, a presidente busca um entendimento entre o setor varejista, sindicatos e lideranças do governo.
O encontro, que não contou com a participação oficial de entidades ou associações, teve a presença de importantes executivos do setor supermercadista: diretor da rede Galassi Supermercados, João Galassi, o diretor do Carrefour, Armando Almeida; o presidente do GPA, Ronaldo Labrudi; o diretor de Relações Corporativas do GPA, Paulo Pompilio; a vice-presidente de Assuntos Corporativos do Walmart, Daniela de Fiori; o diretor de Relações Institucionais do Walmart, Carlos Ely; e o presidente do Sonda, José Domingo Barral.
“Com grandes nomes do setor supermercadista e do varejo ao meu lado, participei da reunião com a presidente Dilma Rousseff e posso afirmar que estamos observando de perto esta regulamentação. Num primeiro momento fico contente de ver que a opinião da Dilma se aproxima do que julgamos correto, porém, essa demora e indefinição nos preocupa. Queremos maior agilidade na resolução do problema, uma vez que o varejo não pode parar e esperar as coisas acontecerem, não vamos cruzar os braços na espera de uma definição, ainda mais em um ano tão importante para o setor”, afirmou João Galassi.
O empresário ainda ressaltou a união do varejo em prol das mudanças que, por consequência, gerarão mais oportunidades de empregos e a melhora do atendimento aos clientes, principalmente nos dias de maior movimento das lojas. “O IDV, liderado por executivos sérios e de grande sucesso, vem realizando um ótimo trabalho, a fim de dar voz a empresas do varejo junto aos órgãos do Governo, e participar ativamente das decisões que afetam diretamente o setor, que, no caso, é fonte precursora de parcela importante do PIB brasileiro. E, obviamente, os supermercadistas estão inseridos neste contexto”, afirmou.
Respeito às características específicas do setor
O diretor de Relações Institucionais do Walmart, Carlos Ely, também comemora a evolução deste pedido antigo do setor e reitera os benefícios que serão proporcionados com esta medida. “Não chamamos de trabalho part-time, como está sendo veiculado em alguns veículos de comunicação, mas de contrato especial de trabalho para o varejo, respeitando as características específicas deste setor que representa 15% do PIB brasileiro”, disse e completou: “Não queremos flexibilizar as regras trabalhistas. Queremos acabar com a dificuldade imposta pela legislação na contratação de funcionários para períodos curtos de trabalho”.
Ainda de acordo com Carlos Ely, este projeto, discutido desde 2009, ainda na presença do presidente Lula, trará maior organização ao setor varejista. “Esta mudança tornará as coisas mais fáceis, na medida em que conseguiremos organizar melhor a escala de trabalho, teremos como oferecer emprego a jovens, em muitos casos, a primeira oportunidade no mercado de trabalho e, por consequência, as lojas serão mais organizadas para atender a demanda, principalmente nos dias de maior movimento, tais como vésperas de feriado, feriados e finais de semana”, explicou.
Entretanto, o diretor de Relações Institucionais do Walmart corrobora com a preocupação de João Galassi no que tange à demora de uma medida definitiva. “Enxergo como positiva a postura da presidente Dilma, mas vamos cobrar para que este desdobramento tenha uma rápida resolução”, concluiu Ely.
