O pãozinho francês deverá ficar 12% mais caro para o consumidor este mês, enquanto massas, bolachas e biscoitos terão um reajuste de 15% nos supermercados. É o que prevêem representantes da indústria de pães, massas e biscoitos.
A nova rodada de aumentos desses alimentos, que já subiram cerca de 20% nos últimos doze meses até março, e têm um peso significativo nos índices de inflação, é reflexo da disparada dos preços do trigo e da farinha no mercado internacional. De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), Luiz Martins,em um ano, o trigo – cotado hoje a R$ 800 a tonelada -, praticamente dobrou de preço, impulsionado pelo menor nível de estoques mundiais dos últimos tempos. Além disso, o principal fornecedor para os moinhos brasileiros, a Argentina, reteve as exportações do produto para conter a inflação local.
O Brasil consome 10,5 milhões de toneladas de trigo por ano e importa 70%, a maior parte da Argentina.
Para desatar o nó do abastecimento na cadeia do trigo, o setor pediu ao governo a imediata suspensão da Tarifa Externa Comum (TEC) incidente sobre as importações de trigo, proveniente de países fora do Mercosul – no caso, Estados Unidos e Canadá. A medida geraria redução de 10% no custo do produto importado.