Retração era esperada pelo setor após recordes de vagas geradas ao longo de 2021 e as elevadas contratações temporárias de fim de ano.
De acordo com estudo da Associação Paulista de Supermercados (APAS), o setor supermercadista registrou recuo de 13.423 vagas no 1º trimestre de 2022, mantendo uma tendência histórica. A queda nos postos de trabalho tem relação com o término das contratações temporárias de fim de ano e também com a expressiva geração de empregos no decorrer de 2021.
O comércio, como um todo, voltou a apresentar saldo positivo em março, após o decréscimo de vagas registrado em fevereiro, reflexo do desaquecimento econômico provocado pela inflação e a consequente redução do poder de compra das famílias. Outro indicativo da desaceleração econômica é a diminuição em 1,2% na média salarial dos novos postos de trabalho no comparativo dos últimos 12 meses. Apesar da taxa de desemprego menor, todos os setores da economia apresentaram um fraco desempenho na abertura de vagas no 1º trimestre quando comparado ao mesmo período de 2021 (gráfico abaixo).
O comércio no Estado de São Paulo registrou 342.226 admissões e 361.374 demissões no acumulado de 2022, com um saldo de 19.148 vagas encerradas. O comércio emprega 2,7 milhões de pessoas no Estado, das quais 571.106 colaboradores atuam no essencial setor supermercadista, totalizando 21,29 %.
“O nível do desemprego no Brasil estava em 11,1% em março, uma melhora em relação ao mesmo período do ano passado, quando o percentual era de 14,6%”, explica Diego Pereira, economista da APAS. “A tendência é de estabilidade na abertura de postos de trabalho para este primeiro semestre”. Para o economista, a inflação impacta os custos de mão de obra. No varejo, os gastos com pessoal representam 11,3% da receita.