A pandemia do coronavírus pode deixar de herança novos hábitos de consumo. Um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) mostrou, por exemplo, que os brasileiros aumentaram suas compras on-line e devem continuar com esses hábitos após a pandemia. Por outro lado, na região, bastou as lojas físicas abrirem para muita gente ir às compras. Especialistas alertam sobre essas mudanças e dão dicas para o consumidor não se prejudicar.
Segundo o estudo, 61% dos clientes que compraram on-line durante a quarentena aumentaram o volume de compras devido ao isolamento social. Em 46% dos casos, esse aumento foi superior a 50%. O grande destaque foi a compra de alimentos e bebidas para consumo imediato (por delivery), que cresceu para 79% dos entrevistados. Os dados são nacionais; o estudo não tem dados da Baixada Santista. Omar Abdul Assaf, presidente do Sindicato do Comércio Varejista da Baixada Santista e vice-presidente da APAS, acredita que, inevitavelmente o e-commerce vai sair mais fortalecido da pandemia.
No entanto, ele não crê que por aqui essa alta vá continuar. “Que vai sair um pouco mais fortalecido, vai. Mas não no nível que está hoje. Todo mundo gosta de comprar e ver o produto, experimentar. Por isso, até acho que se deva encontrar outra forma de flexibilizar as vendas. Não pode experimentar na loja, mas mulher gosta de provar sapato, por exemplo. Vai ir e voltar várias vezes para provar em casa? Qual a diferença de se expor ao risco?”, questiona.
Mais cuidados
Frente a esse novo cenário que pode perdurar, especialistas dão orientações de que cuidados esse novo perfil de consumidor precisará ter nesse tempo de flexibilização do comércio e após a pandemia. O advogado do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) Igor Marchetti, conta que é preciso que o consumidor tenha responsabilidade financeira. “Para avaliar se esse consumo é realmente necessário neste momento. A economia tende a se retrair e que a situação financeira das famílias está em situação bem instável, portanto recomenda-se o consumo sustentável”.
O profissional também espera que os consumidores passem a considerar esse momento difícil como um parâmetro para que suas escolhas sejam direcionadas a empresas que colaboraram com as condições de saúde e respeito com a vida das pessoas – opinião parecida com a do mestre em Direito do Consumidor e coordenador do Procon-Santos, Rafael Quaresma. “Talvez tenhamos alguma coisa parecida com o que a gente viu em relação aos grandes fornecedores que investiram fortemente na questão ambiental, anos atrás. Muitos consumidores pautaram sua escolha por conta desses valores. Talvez agora a gente tenha a escolha do cliente, pelas lojas que seguem o protocolo sanitário, as regras de higiene”, diz.
Fonte: A Tribuna