A Polícia Civil de Lins (SP) cumpriu um mandado de busca e apreensão contra uma mulher suspeita de aplicar o golpe do “produto vencido” em diversos supermercados da cidade. De acordo com as imagens de segurança, ela escondia os produtos próximos ao vencimento nas gondolas, atrás de outras mercadorias. Dias depois, voltava ao mercado e reclamava do vencimento e conseguia efetuar a trocar por um produto novo de graça, usando-se do Código de Defesa do Consumidor. Confira abaixo a reportagem completa, veiculada pelo G1:
A mulher que foi alvo de mandado de busca e apreensão da Polícia Civil de Lins (SP) por suspeita de aplicar o “golpe do produto vencido” em supermercados da cidade pode ter causado um prejuízo de cerca de R$ 20 mil neste ano apenas a um dos estabelecimentos atacados.
A informação é do delegado Wanderley Gonçalves Santos, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Lins, que comanda as investigações e recebeu essa estimativa de um dos empresários vítima deste tipo de golpe.
Imagens de circuito de segurança de um dos mercados mostram a mulher escondendo atrás de outras mercadorias os produtos que ela recolheu no próprio mercado com prazo de validade próximo do vencimento. Ela, inclusive, organiza os produtos da frente das gôndolas para que as mercadorias prestes a vencer não sejam localizadas.
Segundo o delegado, dias depois, ela retornava ao mercado, na companhia da filha menor de idade, pegava os produtos escondidos e passava no caixa para reclamar da data de validade expirada. Com isso, conseguia trocar os produtos por outros iguais, dentro da validade, e sair sem pagar.
Desde 2011 um acordo entre o Procon e a Associação Paulista de Supermercados de SP (Apas) garante ao consumidor que encontrar à venda um produto com validade expirada a troca pelo mesmo item, de graça.
Santos não sabe estimar há quanto tempo a suspeita praticava esse golpe, mas as investigações da DIG tiveram início em abril deste ano, e com a informação de que a prática já vinha acontecendo há algum tempo.
“Por ora não é possível estimar exatamente o tamanho do prejuízo. Até porque outras pessoas devem ser investigadas por esse mesmo crime. A própria suspeita ficou indignada quando cumprimos o mandado de busca e apreensão questionando os policiais por que apenas ela foi procurada, já que ‘muitas pessoas fazem isso’ nos mercados da cidade”, disse o delegado.
Além de procurar produtos perto do vencimento, o delegado explica que também era prática comum da suspeita o de “garimpar” o mercado em busca de mercadorias com data de validade alterável ou suprimível. Se conseguisse adulterá-la ou mesmo apagá-la, a mulher exigia ao gerente um produto novo.
Após o cumprimento do mandado, policiais apreenderam dezenas de mercadorias na casa da suspeita. A mulher será interrogada formalmente na tarde desta sexta-feira (16) e deve ser indiciada pelo crime de estelionato. A suspeita deve ser investigada em liberdade.