O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que o governo deve preparar medidas para garantir o abastecimento de milho. Segundo ele, os preços do grão, que serve de ração para suínos e aves, subiu de R$ 30 para quase R$ 60.
“Isso tira competitividade do setor de proteína animal. Vamos tomar providências”, disse. “Vamos atuar nos preços mínimos, subir esses preços para entusiasmar os produtores a plantarem mais”, ponderou.
Ele afirmou ainda que pode ser criada “uma situação de importação no fim da safra para não deixar o preço passar muito do razoável”. Maggi explicou ainda que o milho, em função de problemas climáticos, sofreu uma quebra de safra.
“Teremos condições de resolver isso [alta do milho] que impacta no dia a dia, impacta quer seja no ovo, no presunto, na salsicha, no hambúrguer”, afirmou. “Vamos tomar medidas para regular isso”, disse.
Feijão
Além do milho, o governo vai tomar medidas mais urgentes para o caso do feijão, que apresentou altas expressivas nos últimos meses incomodando o bolso do brasileiro. O governo vai isentar de imposto de importação o produtor de países de fora do Mercosul.
O ministro da Agricultura explicou que a medida tenta aumentar a oferta do produto no Brasil e impedir que o preço da leguminosa continue a subir. A decisão foi tomada em conjunto com o presidente em exercício, Michel Temer, e com o comitê econômico formado por dez ministérios.
A proposta ainda tem de passar pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), responsável por determinar os impostos de importação. Maggi explicou que resolver a questão do abastecimento de feijão no País é urgente e que alta vista pelos consumidores foi causada por uma quebra de safra.
Frustração
“O feijão tem três safras, a segunda, que é a que está colhendo agora, sofreu frustração de 10% na previsão de colheita que tínhamos”, explicou. “O mercado percebe que vai ter dificuldade de feijão e tivemos aumento de preço em torno de 41%”, relatou o ministro.
Segundo ele, o Brasil vai comprar primeiro o feijão produzido na Argentina, Paraguai e Bolívia, países mais próximos e que estão isentos de taxa de importação.
O ministro ainda ponderou que o mercado doméstico é controlado por poucos operadores e que essas medidas devem quebrar ou pelo menos diminuir a fora desse monopólio. “Estamos fazendo essa ação junto a mercados e atacadistas para que eles possam buscar esse feijão e quebrar esse monopólio”, afirmou.
Fora do Mercosul, é possível que se reduza taxas de importação da China e do México. Isso será feito para o caso de o produto dos Países mais próximos não ser suficiente para atender a demanda brasileira.
Estoques
“Nós não temos estoques porque feijão é altamente perecível. Em três ou quatro meses, o feijão começa a escurecer, e o consumidor não compra feijão velho”, disse. “Não é o tipo de mercadoria que pode transitar com ela muito tempo nos nossos estoques”, observou.
O ministro disse ainda que espera conseguir abastecer o País com esse feijão sulamericano e frisou que não é o governo que é o comprador, ele apenas regula tirando as taxas de importação.
“Se vai chegar produto novo, os preços caem”, ponderou. “Eu espero que consigamos baixar o preço, mas não tem como prever isso porque o mercado é autônomo, autossuficiente e se autorregula”, argumentou.
Fonte: Portal Brasil