Os hipermercados estão ficando cada vez mais parecidos com os shopping centers. Transformar grandes lojas em minicentros comerciais, com direito a cinema, academia de ginástica e cabeleireiro, foi a saída encontrada pelas grandes cadeias, como Carrefour, Extra (Grupo Pão de Açúcar) e Walmart, para rentabilizar os imóveis e revitalizar esse modelo de negócio, que vem encolhendo.
Desde a estabilização da economia e o fim da hiperinflação, nos anos 90, os hipermercados começaram a perder a preferência dos consumidores, afinal, as compras semanais podem ser feitas em supermercados perto de casa – e, hoje em dia, pelo mesmo preço. De acordo com a Nielsen, entre 2002 e 2008, a participação dos hipermercados na venda de 157 categorias de bens de consumo caiu de 6% para 4%. Neste mesmo período, o pequeno varejo avançou de 37% para 38,5%.
Mas, em área alugada (área bruta locável, ou ABL), os hipermercados não ficam atrás das grandes redes de shopping centers. Se somada a ABL das galerias do Carrefour, Extra e Walmart, essas varejistas figurariam entre as 10 maiores cadeias de shopping centers do País.
O interesse do Grupo Pão de Açúcar em “pensar” como uma empresa de shopping center é tal que esse objetivo até está estampado no nome da subsidiária recém-criada pelo grupo para administrar seus imóveis: GPA Properties & Malls. Essa nova empresa já possui o seu próprio espaço no quartel-general da companhia, na capital paulista.
Segundo Edson Emygdio, diretor da GPA Properties & Malls, a vantagem das galerias dos hipermercados para os lojistas é que o aluguel não é tão alto como o de um shopping center, embora seja mais caro do que de um ponto comercial de rua. Mas os lojistas têm a vantagem de contar com toda a estrutura do hipermercado, como segurança e estacionamento, além do próprio fluxo garantido de clientes.
Fonte: Jornal Valor Econômico
