As maiores manifestações dos últimos 20 anos, que afetaram as atividades varejistas nos maiores centros urbanos brasileiros, proporcionaram queda de 1% nas vendas em comparação com o mesmo período do ano anterior. É o que mostra o Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV). Agora, o momento é de retomada do crescimento. As projeções do IAV-IDV (Índice Antecedente de Vendas), estudo realizado mensalmente pelos mesmos associados, estimaram alta de 6,6% nas vendas em julho. Para os meses subsequentes, também é esperada aceleração, com crescimento real de 9% em agosto e 11,3% em setembro – sempre na comparação com os mesmos meses de 2012.
O IAV-IDV também destacou uma recuperação no crescimento real no conceito “mesmas lojas” a partir de julho. Desta forma, como observado nos últimos tempos, a expansão das vendas é em função, principalmente, do aumento da metragem de vendas das redes do varejo. Assim, a retomada do crescimento foi projetada em 0,8%, 3,1% e 5,2% em julho, agosto e setembro, respectivamente. Em junho, houve queda de 6,4%.
O varejo de não duráveis – que corresponde pelas vendas de alimentos, entre outros – apontou notável queda em junho, na ordem de 4,6%. No entanto, o IAV-IDV indica forte recuperação para os próximos dois meses, com crescimento de 11,3% e 14,7% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Para julho, a estimativa de aumento foi de 1,8%. Vale ressaltar que o desempenho desta categoria tem o maior peso nas medições do IAV-IDV, bem como do IBGE, e contribui historicamente entre 40% e 50% de participação no índice da Pesquisa Mensal do Comércio – calculado por este órgão do Governo.
Para o presidente do IDV, Flávio Rocha, o cenário econômico nacional foi marcado pela manutenção da política restritiva do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que, em julho passado, se reuniu para aumentar a taxa básica de juros da economia de 8% para 8,5% ao ano. “Foi o terceiro aumento consecutivo na taxa Selic, maior nível desde abril de 2012. Além disso, a influência da inflação em itens importantes para as famílias brasileiras, como alimentos, afetou o desempenho do varejo no primeiro semestre. Contudo, a desaceleração da inflação, principalmente no setor alimentício, e a manutenção do bom momento do binômio trabalho e renda podem conduzir para melhores resultados no segundo semestre de 2013”, analisa.
