Favorecida pela queda dos preços dos alimentos no varejo (-0,39%), a inflação medida pelo Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) perdeu força e subiu 0,61% em março, ante 0,80% em fevereiro – a menor taxa em oito meses. O que impediu uma desaceleração mais forte do IGP-10 foi o aumento de alguns produtos importantes, como commodities e minérios, no atacado. Para a FGV (Fundação Getúlio Vargas), se isso continuar, os próximos resultados do índice podem apresentar trajetória de aceleração. O IGP-10, uma das versões do IGP medido pela FGV, registra a inflação de preços desde matérias-primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais.
A inflação do varejo, que representa 30% do total do IGP-10, caiu de 0,64% em fevereiro para 0,04% em março. Os alimentos foram os produtos que mais contribuíram para os preços mais baratos no varejo. Entre os destaques, estão as quedas em hortaliças e legumes (-1,93%) e frutas (-4,17%). As carnes bovinas intensificaram a deflação de fevereiro para março (de -0,11% para -2,42%). O produto conta com boa oferta tanto no atacado quanto no varejo.
As principais commodities agrícolas pesquisadas tiveram elevação de preços mais intensa de fevereiro para março. É o caso, por exemplo, do trigo (de 3,50% para 8,16%), cuja continuidade das altas já afeta o pão francês. Em doze meses, a alta é de 8,71%.