O IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) apresentou alta de 0,74% em março, contra 0,53% no mês de fevereiro. O avanço foi puxado especialmente pelo IPA (Índice de Preços por Atacado), que variou de 0,64% para 0,96% no período, em um movimento considerado "forte" por analistas. No acumulado do ano, a alta do IGP-M chega a 2,38%, e nos últimos doze meses, a 9,10%. A informação foi divulgada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Os preços dos produtos agrícolas – que compõem o IPA – variaram de 0,23% em fevereiro para 1,16% em março. De acordo com o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, isso explica quase integralmente a evolução do IGP-M. Entre os destaques, estão o leite "in natura" (alta de 4,90%), trigo (11,47%) e tomate (33%). O aumento deve-se a questões sazonais, como entressafra, e à elevação nos preços internacionais, no caso do trigo.
Os preços na construção civil também contribuíram para a alta do IGP-M, embora de forma secundária. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) foi o único caso de variação negativa dentro do IGP-M, passando de 0,26% para 0,19%.
Para o economista da FGV, a alta do IGP-M surpreendeu, o que mostra a necessidade de manter a atenção sobre a evolução dos preços. "Porém, a alta ainda concentra-se nos custos de produção e não chegou a se refletir com intensidade na inflação para o consumidor", completa.