Somente 9% dos gastos das famílias brasileiras com alimentação serão afetados pela resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que pretende regulamentar a publicidade de produtos ricos em gorduras, açúcares e sódio. Em junho de 2010, a agência baixou uma medida obrigando os fabricantes a colocarem nos rótulos desses alimentos alertas sobre os riscos à saúde caso consumidos em excesso. A medida também restringia a propaganda. A indústria reagiu na Justiça e por meio de uma liminar, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentação (Abia) mantém suspensa a implantação das medidas até o momento.
Um dos argumentos é o de que a propaganda (seja no rótulo ou nos comerciais) é coadjuvante no consumo desses alimentos e que o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) já dá conta de coibir abusos. Outro argumento dos fabricantes é o de que o governo quer regular a publicidade de produtos que estão em queda de consumo. É o que revela uma pesquisa feita pela consultoria Tendências com base em dados da Pesquisa de Orçamento Familiar do IBGE.
A indústria e as agências de publicidade consideram que uma mudança desse porte precisa ser discutida e não pode ser imposta de forma autoritária.
Outro lado
A regulamentação da Anvisa determina ainda que os comerciais de produtos como os vendidos em redes de fast food tragam alertas de que o consumo excessivo pode levar à obesidade ou demais problemas de saúde. O governo afirma que esse tipo de restrição existe em outros países e estimulou a indústria a um alto grau de sofisticação, lançando produtos saudáveis, característica explorada pelos comerciais.
Fonte: Folha de São Paulo
