O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial de inflação do País e baliza do regime de metas do governo, variou 0,77% no mês passado, na maior alta registrada pelo IBGE para o mês de abril desde 2005. No acumulado do ano, o índice variou 3,23% e, em 12 meses, 6,51%, superando o centro da meta do governo para 2011, de 4,5%, e acima do teto, de 6,5%.
No mês passado, o índice foi pressionado, principalmente, pela alta dos combustíveis. Sozinhos, a gasolina, que teve alta de 6,26% em abril, e o etanol, que subiu 11,2%, representaram 39% da variação do IPCA, que foi influenciado ainda pelas altas registradas em vestuário (1,42%), saúde (0,98%), energia elétrica (0,94%), condomínio (0,99%), aluguel (0,76%), taxa de água e esgoto (1%) e remédios (2,41%).
Já os principais itens que mostraram queda e ajudaram a conter a inflação foram os alimentos, cuja taxa desacelerou de 0,75%, em março, para 0,58%, em abril. Tiveram queda itens como tomate (-18,69%), açúcar (-2,68%), arroz (-2,13%) e carne (-0,2%).
De acordo com Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE, a perda de fôlego dos alimentos deve-se à redução das cotações das commodities internacionais e de alguns produtos in natura cujos preços já haviam subido muito, como o tomate, e, apesar da desaceleração, o grupo ainda está em “patamar elevado”, com produtos como leite (alta de 2,66% em abril), feijão (9,79%) e café (2,77%) sob pressão.
Fonte: Folha de S.Paulo
