O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela APAS em parceria com a FIPE, registrou uma inflação de 0,88% em outubro de 2024, após uma alta de 0,56% no mês anterior. No acumulado do ano, o índice apresenta um aumento de 3,49%, e no acumulado dos últimos 12 meses, a alta alcançou 5,50%, o maior patamar desde junho de 2023. Comparado ao mesmo período de 2023, houve uma aceleração no índice, que passou de 0,46% em outubro do ano passado para 0,88% em outubro deste ano, impulsionado, principalmente, pelos aumentos nos produtos semielaborados e industrializados.
Entre as categorias que mais influenciaram o desempenho do índice, destacam-se os produtos semielaborados, como a carne, com alta de 2,56%, seguidos pelas bebidas não alcoólicas (0,96%) e artigos de limpeza (0,63%). Em contrapartida, as bebidas alcoólicas foram a única categoria a registrar uma deflação em outubro, com queda de 0,14%.
Na subcategoria de cereais, que inclui arroz, feijão e milho, o IPS registrou uma deflação de 0,32%. Essa tendência de queda segue desde julho, com destaque para o feijão, que apresentou uma redução de 0,54% em outubro, após uma queda de 3,44% em setembro, e o arroz, com recuo de 0,27%. Já o preço do milho teve um aumento de 0,68% no mês, mas, no acumulado de 12 meses, registrou uma deflação de 10,19%.
A pressão inflacionária observada no mês foi puxada, principalmente, pela alta dos preços das carnes bovinas, que subiram 6% em outubro, a maior alta desde dezembro de 2019. No acumulado de 12 meses, a carne bovina teve uma elevação de 7,17%. Esse aumento pode ser atribuído à valorização das exportações, especialmente para a China, ao aumento da demanda interna e à desvalorização do real, que impactaram os preços. Além disso, o aumento no custo do boi, com o indicador do boi gordo atingindo R$ 334,60 na segunda semana de novembro (o maior valor desde maio de 2022), também contribuiu para essa pressão.
O preço das frutas cítricas, como limão e laranja, também registrou aumentos expressivos, com altas de 70,46% e 23,01%, respectivamente. Esses aumentos são reflexo da escassez de chuvas, que afetou a produção dessas frutas. Por outro lado, outras frutas, como mamão (-26,52%) e maracujá (-2,28%), apresentaram queda no preço, ajudando a desacelerar a inflação na categoria.