Uma norma adotada pelo governo paulista pode se tornar um importante agente de preservação do meio ambiente no Estado mais industrializado do País. A legislação determina que empresas que queiram se instalar em determinadas regiões de São Paulo têm de observar antes se a bacia aérea escolhida está saturado de um determinando poluente que também será emitido pelo novo empreendimento. Se a resposta for sim, o investidor terá de reduzir em 110% as suas emissões do gás ou material particulado para poder se instalar. Ou seja, para emitir, por exemplo 100 toneladas de material particulado terá de promover ações na sua própria empresa ou em outras empresas da mesma bacia aérea que reduzam as emissões em 110 toneladas.
A medida tem um triplo benefício, afirma o diretor de Engenharia, Tecnologia e Qualidade Ambiental da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), Marcelo Minelli: não impede novos investimentos na região, muitos projetos optaram por investir em tecnologias que dispensam compensações e, caso seja necessário compensar, as ações se fazem localmente, beneficiando a bacia aérea e divulgando para os empresários a importância e os ganhos com a preocupação ambiental. O Estado não abre mão do padrão primário de qualidade, porque fora desse padrão há conseqüências para a saúde da população, afirma. Outra tendência é que os investidores busquem áreas menos industrializadas do Estado.
A legislação estadual de poluição do ar não tem relação com as determinações do Protocolo de Quioto, que criou para os países o mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) para incentivar a participação dos países em processo de industrialização como o Brasil na luta contra o aquecimento global. Mas, para Minelli, muitos projetos poderão atender aos dois casos e empresas que precisem investir em redução de poluentes podem se beneficiando também dos créditos de carbono previstos no MDL.