Os preços do leite e de seus derivados devem manter o viés de alta até pelo menos o mês de outubro. A previsão do departamento de economia da Associação Paulista de Supermercados (APAS) leva em conta as diversas variáveis que vêm pressionando os custos de produção dos lácteos. Nos últimos 12 meses, o leite acumula uma inflação de 36,9% e, os seus derivados, de 23,3%.
A partir de outubro, as chuvas devem voltar com maior regularidade recuperando as pastagens, principalmente na região sul do País, diminuindo assim os gastos com ração para alimentar o gado. Cerca de 70% da ração animal é composta de soja, cujo preço experimentou um salto de 20% nos últimos 12 meses.
Além do preço da ração, os custos com combustível e energia vêm impactando a cadeia de produção do leite. O Índice de Preço ao Produtor da indústria de laticínios apurado pelo IBGE registra uma elevação de 30,69% nos últimos 12 meses, custo que acaba repassado ao produto comprado pela cadeia varejista.
Outro dado que chama a atenção é a redução da oferta do leite em pó no mercado nacional – e o consequente aumento do seu preço –, em razão do cenário favorável à exportação. O volume do produto exportado de janeiro a maio desse ano chegou a 5,2 toneladas, 62,5% maior do que o mesmo período em 2021, quando foram exportadas 3,2 toneladas.
O leite em pó entra na composição de grande parte de derivados do leite. É o caso da maioria dos iogurtes, item que acumula a maior inflação entre os derivados lácteos nos últimos 12 meses: 36,6% segundo o IPS apurado pela APAS.