Filho de alfaiate e nascido em uma cidade de dois mil habitantes no interior da Paraíba, Maílson da Nóbrega foi ministro da Fazenda entre janeiro de 1988 e março de 1990. Experiência e bagagem que foram compartilhadas com os executivos da APAS, em encontro que abordou diversos aspectos econômicos e políticos, bem como os desafios enfrentados pelo Brasil para retomar o trilho do crescimento. Na ocasião, a Associação foi representada pelo presidente Pedro Celso; o vice-presidente Ronaldo dos Santos; além de Eduardo Ariel Grunewald, Rodrigo Mariano e Fabiano Benedetti, respectivamente, gerentes de Serviços aos Supermercados, Economia e Pesquisa e Comunicação e Marketing.
De acordo com Maílson, o Brasil precisaria passar por mudanças culturais e educacionais, sendo, em sua opinião, a justiça do trabalho o maior freio para o progresso do País. Outro fator preocupante apontado pelo ex-ministro da Fazenda é a falta de liderança para gerir o governo brasileiro.
“Vivemos uma crise política e o País está sendo ‘gerenciado’ pelas instituições, tais como sociedade, mercados, imprensa, ou seja, em meio à crise, tudo continua funcionando. Não temos partidos políticos com ideologia e capacidade de programas e organização, nem liderança no governo. Com este ambiente, não teremos nada mesmo”, disse.
Maílson ainda afirmou que o problema do Brasil está mapeado, mas o principal entrave é largar o campo teórico e partir para a prática, principalmente no que diz respeito à reforma tributária. “Este talvez seja o problema mais complexo, pois as pessoas não entendem e há ideias generalizadas. O ICMS, por exemplo, é o mais custoso, bagunçado e imprevisível. Uma reforma sólida requer o debate de ideias e tempo”, explicou.
Produtividade, eficiência, inovação, tecnologia e gestão também foram fatores destacados pelo economista para o Brasil retomar a confiança. “A alternância de poder também é essencial”, destacou Maílson.
Papel das Associações na política do País
O presidente Pedro Celso questionou o papel das associações como a APAS no auxilio a mudança política do Brasil. O ex-ministro da Fazenda ressaltou a importância do debate. “A associações, além de melhorar a gestão do associado e gerar informações, é parte da sociedade civil. Palestras, seminários, distribuição de livros, textos e boletins internos são importantes para a construção da consciência e formação de opinião. No Brasil temos um baixo nível de informação”, concluiu.