A APAS avalia que a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil em manter os juros básicos da economia, a taxa SELIC, em 14,25% ao ano, continua travando a economia e não contribui para a realização de negócios e o desentrave da atividade econômica, o que compromete o desempenho da economia para 2016.
Atualmente, há a oportunidade para redução dos juros diante do cenário econômico, que contempla: i) o mercado de trabalho apresenta resultados piores do que o esperado; ii) a inflação está em tendência de queda, com persistência em segmentos de atividades que não possuem grande influencia da taxa de juros. Portanto, há possibilidades de reduzir a taxa de juros para impactar positivamente a confiança dos empresários e consumidores para que haja uma retomada da atividade econômica via retomada dos investimentos e do consumo, mesmo que de maneira lenta.
O comportamento de inflação em tendência de queda no Brasil atualmente, em certa medida, foi beneficiado pela má condução da politica econômica dos últimos anos, pois o quadro recessivo necessário para a redução da inflação veio através do remédio amargo, que é a queda da atividade econômica brasileira ao longo dos últimos meses, que reflete em um cenário de redução de emprego e da renda, e consequentemente, que nos preços.
Diante da estabilidade da taxa de juros neste mês, a expectativa é de que haja ligeira redução da taxa básica de juros a partir das próximas reuniões, encerrando o ano de 2016 em uma taxa de 13,5% ao ano, o que ainda é elevado, diante da necessidade de impulsionar a atividade econômica em busca da retomada do crescimento. Vale ressaltar que o impacto da elevação da taxa de juros possui em efeito que se propaga na economia e que de maneira defasada atinge a economia em até seis meses. Portanto, estamos falando de um impacto da manutenção dos juros em patamares elevados que impactará a economia ao longo dos próximos meses.
Rodrigo Mariano
Departamento de Economia e Pesquisa | APAS