A Pesquisa de Confiança dos Supermercados do estado de São Paulo (PCS/APAS) aponta em fevereiro que apenas 5,5% dos empresários do setor supermercadista estão otimistas em relação ao ambiente econômico atual e futuro. O total de pessimistas atingiu 65% dos empresários do setor de supermercados. Embora tenha apontado redução de 72% para 65% de pessimismo em relação ao ambiente econômico atual e futuro, o percentual ainda é muito elevado e, deste modo, os resultados apresentados em fevereiro continuam apontando um cenário de confiança em níveis baixos, refletindo o momento econômico e político vivenciado atualmente no Brasil.
Todos os itens pesquisados (Inflação, PIB, Juros, Emprego, Vendas, entre outros) apontam baixo ou nenhum grau de otimismo em relação à percepção atual ou a expectativa futura. O nível de otimismo atual em relação a atividade econômica brasileira, por exemplo, registrou 0%, ou seja, nenhum empresário acredita em uma recuperação da economia no curto prazo. E esta realidade é verificada diante dos reflexos no baixo dinamismo, por exemplo, das vendas dos setor supermercadista, que mesmo sendo um dos últimos setores afetados pela crise, já sente de maneira expressiva a crise econômica atual.
Como outro exemplo, a expectativa de melhora na inflação no curto prazo não existe, e este é um fator que vem afetando de maneira expressiva as vendas no varejo em geral, diante de um cenário de deterioração do poder de compra da população. A inflação elevada e persistente aliado ao desempenho fraco da atividade econômica tem afetado o otimismo do setor, que apresenta desde meados de 2013 um baixo nível de confiança na economia brasileira. E este cenário vem se degradando mês após mês diante do agravamento da crise politica e econômica que é vivenciada e afeta o ambiente de negócios, ao afetar a confiança dos empresários e dos consumidores, impactando, respectivamente, da decisão de investimento e consumo.
Em relação ao momento atual, o otimismo do setor supermercadista atingiu 5,7%, já o pessimismo foi verificado em 68,6%. Esse cenário reflete um momento atual de extrema falta de confiança na economia, que tem gerado elevação do desemprego, com redução da renda da população, aliado a perda do poder de compra, diante de uma inflação mais elevada e persistente, impactando na vida cotidiana das famílias.
No que diz respeito à expectativa em relação ao futuro: 5,3% apontaram otimismo, enquanto 61,3% se mostraram pessimistas. O que chama atenção neste indicador é que o nível de otimismo em relação ao futuro (5,3% de otimismo) é inferior ao otimismo em relação ao momento atual (5,7% de otimismo). Isso reflete um baixo nível de “esperança” do empresário supermercadista em relação ao ambiente econômico.
Por mais um mês, a desaceleração da economia, diante de um quadro recessivo gera um ambiente desfavorável para a economia e os negócios. E aliado a isto, o cenário político agrava o ambiente de negócios ao tornar o futuro algo de difícil previsibilidade. Portanto, a saída para a crise econômica passa por uma definição do quadro político atual.
NOTA METODOLÓGICA
A Pesquisa de Confiança dos Supermercados do estado de São Paulo (PCS/APAS) é apurada mensalmente pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) desde junho de 2011. Os dados são coletados juntos aos empresários supermercadistas, representando, 85% do faturamento do setor supermercadista do estado de São Paulo, portanto, a amostra é representativa do comportamento do setor no estado de São Paulo. A pesquisa tem como objetivo identificar o nível de confiança dos supermercados com relação ao cenário macroeconômico considerando a percepção atual e a expectativa futura. Desta maneira, os dados são segmentados entre o Resultado Geral, Percepção Atual e Expectativa Futura. As análises dos resultados auxiliam os empresários do setor na tomada de decisão com relação ao reabastecimento, investimentos, compras, estoque. E de maneira geral auxilia o mercado na análise de tendências, plano de negócios, potencialidades, inserção no mercado.
Departamento de Economia e Pesquisa | APAS
24/03/16