Ao longo dos últimos 12 meses, os preços das carnes apresentaram alta de 1,61%, contra 6,43% do IPS (Índice de Preços dos Supermercados). O resultado comprova os esforços do setor supermercadista em negociar arduamente com a indústria, a fim de não onerar o consumidor final. Vale destacar que a fatia de mercado que comercializa carnes é concentrada basicamente em duas indústrias, o que dificulta as negociações.
Outro ponto importante é que o varejo e, consequentemente, os supermercados, está posicionado no fim da cadeia de consumo das carnes – juntamente com os consumidores. Portanto, a formação do preço está diretamente relacionada ao processo produtivo em toda a cadeia, que engloba produtores, frigoríficos, a indústria e, por fim, o varejo que, por sinal, é um setor de altíssima concorrência, o que evita aumento de preços nesta cadeia de abastecimento.
“As carnes têm registrado um comportamento de preços mais moderado, principalmente pela redução na demanda, diante de um cenário econômico ruim, que impacta no emprego e na renda da população”, explica Rodrigo Mariano, gerente de Economia e Pesquisa da APAS.
Desde o Plano Real, em 1994, os preços das carnes tiveram variação média aproximada de 219%, enquanto os preços dos supermercados, mensurados pelo IPS, apontam para uma elevação de 222%.
“A diferença de variação de preços só não é maior, porque ao longo dos últimos anos houve crescimento expressivo na demanda de carnes do mercado externo, o que reduz a disponibilidade do produto no mercado interno e a possibilidade de preços menores e mais estáveis ao longo do tempo”, conclui Mariano.