A APAS avalia que o resultado do PIB para o terceiro trimestre de 2015 representa a má condução da política econômica do governo ao longo dos últimos anos e que, ao mesmo tempo, o processo de recuperação parece estar um pouco mais distante. No terceiro trimestre de 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 1,7% em relação ao trimestre anterior.
Na comparação anual, ou seja, terceiro trimestre de 2015 ante o mesmo período do ano anterior, a queda foi de 4,5%. No acumulado dos últimos quatro trimestres, o recuo foi de 2,5% e, no acumulado do ano (de janeiro a setembro), queda de 3,2%. Na avaliação da APAS, o resultado é fruto dos anos de gastos excessivos por parte do governo federal. Um dia a conta iria chegar e, de fato, chegou.
A queda no consumo das famílias foi de 1,5%, sendo a terceira consecutiva, o que agrava o desempenho do varejo brasileiro. Desta maneira, o comércio apontou queda de -2,4% no terceiro trimestre ante o anterior. Os reflexos são sentidos em todos os segmentos do comércio, incluindo o setor supermercadista, que vem sofrendo com a redução da atividade econômica e, desta forma, se traduz em redução do emprego e da renda da população e contribui para a redução do ritmo de vendas dos supermercados.
A inflação, ao reduzir o pode de compra da população, também tem afetado de maneira direta as vendas nos supermercados, já que o consumidor necessita fazer escolhas em relação aos seus gastos e optam muitas vezes por produtos mais baratos ou até mesmo faz escolhas de levar ou não alguns produtos.
Deste modo, é importante um alinhamento maior entre indústria e varejo no sentido de contribuir para que o desempenho das vendas não seja tão impactado diante deste cenário econômico que se deteriora dia após dia. E os indicadores de preços do setor supermercadista no Estado de São Paulo aponta uma diferença menor em relação aos demais indicadores de inflação, indicando uma elevação mais moderada no setor supermercadista, diante de sua característica de concorrência, onde os ganhos de eficiência e produtividade, aliados as constantes negociações e parceria junto à indústria possibilitam preços mais competitivos para serem ofertados aos consumidores.
A partir disso, podemos verificar o papel do setor supermercadista na busca pela manutenção dos preços em patamares estáveis, contribuindo para segurar a inflação no Brasil. Porém, vale ressaltar que este esforço na manutenção dos preços impacta negativamente as margens, que já são reduzidas, pois os custos e despesas do setor supermercadista vêm sendo constantemente impactados pela inflação elevada e pelos reajustes expressivos dos preços administrados ao longo de 2015.
O descompasso da política econômica do governo, que, por um lado tenta reduzir os riscos de uma inflação mais elevada ao longo de 2016 com uma política monetária mais restritiva e, ao mesmo tempo, busca realizar um ajuste fiscal para sanar as contas e onera ainda mais a dívida pública brasileira, que pode ser um risco para o cenário econômico de 2016.