Uma pesquisa realizada pela TNS revelou que, apesar da evolução do comércio eletrônico no país, os consumidores ainda têm sua resistência com relação às compras dessa maneira por aqui. No Brasil, o nível de compras on-line varia entre 24% a 48%, com os preços mais baixos e a possibilidade de frete grátis sendo os fatores que mais atraem consumidores para os varejistas do setor. No relatório Connected Life, fica clara a ideia de que o cliente tem noção da existência do e-commerce – com 22% deles, por exemplo, realizando pesquisas online por preços, utilizando o celular, enquanto ainda estão nas lojas –, mas ainda preferem as varejistas tradicionais. Entre os motivos mais citados para essa situação estão preocupações relacionadas à segurança das transações e também quanto à garantia e autenticidade dos produtos adquiridos.
Essa tendência a pesquisar antes de comprar também varia de acordo com o setor. Quando se fala em produtos de tecnologia, por exemplo, 76% dos consumidores tendem a fazer buscas online antes de adquirir um dispositivo. Enquanto isso, no setor financeiro, essa consulta é feita, em sua maioria, off-line, por meio de amigos, familiares e visitas às agências bancárias, por exemplo. Apenas 15% dos entrevistados afirmaram usar a internet para conhecer opiniões sobre serviços do tipo.
Esses números também são baixíssimos quando o assunto são os supermercados, com apenas 5% dos entrevistados pela pesquisa afirmando usarem celulares ou outros dispositivos para realizarem as compras. Aqui, faz diferença o fato de que, indo até a loja, é possível ter acesso ao produto naquele exato momento, em vez de ficar esperando por uma entrega.
Apesar do crescimento global na disponibilidade e facilidade de se usar meios de pagamento mobile, sua utilização por aqui também é baixa. Apenas 11% dos brasileiros afirmaram já terem usado o celular para acertar as contas, enquanto globalmente, esse total chega a 20%.
Para a diretora de customer experience da TNS, Juliana Honda, a presença dos meios digitais no dia a dia das compras é significativa, apesar de nem sempre resultar em uma venda propriamente dita. Para ela, os lojistas precisam adequar suas dinâmicas para as peculiaridades do público. “Nem todas as faixas etárias possuem o mesmo acesso e conectividade”, explica. “Para desenvolver o e-commerce no país, é necessário ajustar a estratégia de negócio e a logística a aspectos comportamentais do brasileiro.”
A pesquisa foi realizada em 52 países e contou com 56,6 mil participantes. No Brasil, foram 963 pessoas entrevistadas de forma a levantar padrões de comportamento dos consumidores no ambiente digital.
Bom negócio
No setor supermercadista, quem já conta com o serviço de e-commerce sabe que está no caminho certo. Um exemplo é o Savegnago Supermercados, que, com 32 lojas no interior do Estado, iniciou a operação em 2014, sendo oferecido em quatro das onze cidades em que a rede tem lojas físicas. Até maio todas oferecerão a opção.
“As vendas pela internet ainda são bem pequenas. Porém, em aproximadamente dois anos, poderão representar até 5% do total”, afirma o diretor Comercial do Savegnago, José Sarrassini.
O supermercadista detalha que o tíquete-médio do cliente que opta pela internet é maior do que aquele que faz compras na loja física. “O mix de produtos do internauta é também mais rico. Trata-se de um consumidor que não busca ofertas – ele compra o que tem vontade”, concluiu.
Fonte: Site Canal Tech