Naturalidade é uma das palavras fundamentais para os empresários que desejam se comunicar melhor, e, consequentemente, ampliar seus negócios. A dica, dada pelo professor e escritor Reinaldo Polito, foi apenas uma das muitas sugestões apresentadas na palestra motivacional “Comunicação”, realizada na manhã desta quarta-feira (11 de maio) no 27º Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados – APAS 2011.
Segundo Polito, além da naturalidade, que aumenta a credibilidade do interlocutor junto ao ouvinte, a emoção também é uma técnica importante para atrair a atenção da plateia e sua confiança. “Precisamos demonstrar que estamos interessados e envolvidos com o que estamos falando”, disse o professor, que traçou um percurso de comunicação baseado em seis pontos: orador, voz, vocabulário, expressão corporal, ouvintes e retorno.
Tão necessárias quanto a naturalidade e a emoção, a demonstração de conhecimento sobre o assunto e a coerência entre conduta pessoal e mensagens comunicadas também são importantes para o orador, que não pode se esquecer que sua reputação é construída ao longo da vida, e não em apenas um discurso. “Não somos avaliados só na apresentação. Nosso histórico nos precede”, explicou Polito.
No quesito voz, o orador deve prestar atenção à dicção. “Um bom exercício consiste em, durante dois minutos por dia, escolher um texto e tentar pronunciá-lo com um obstáculo na boca, como o dedo ou um lápis”, disse o professor, que aproveitou a sugestão para, com um exemplo engraçado, descontrair a plateia – outro ponto positivo para a comunicação.
O orador também deve se atentar ao ambiente (se possui ruído, se há microfone etc.), ao volume da voz, falando sempre um pouco mais alto do que o necessário, e ao ritmo da fala, alternando frases mais ou menos rápidas com maior ou menor intensidade.
“Ninguém precisa mudar seu jeito de ser para se comunicar melhor, basta se aprimorar. Quem fala devagar, por exemplo, deve olhar para os ouvintes, dar ênfase às palavras pronunciadas após pausas mais longas e evitas os “ãs” durante intervalos. Já quem fala rapidamente precisa pronunciar bem as palavras e fazer uma pausa ao completar o raciocínio, além de repetir as informações com outros termos para que a plateia possa acompanhar o discurso”.
Quanto ao vocabulário, o professor ensinou aos congressistas que a busca por palavras rebuscadas que não fazem parte do cotidiano pode ser prejudicial e que o vocabulário usado tradicionalmente é suficiente, desde que o orador deixe de lado, salvo exceções, as gírias e palavrões.
Para melhorar a expressão corporal, Polito aconselhou evitar a manutenção de uma mesma posição por muito tempo, seja ela usar as pernas muito afastadas ou juntas, colocar as mãos nos bolsos ou manter os braços cruzados, por exemplo. O ideal, para o professor, é variar de posição ao longo do discurso e usar apenas um gesto para enfatizar a informação predominante em cada frase.
Após as dicas, Polito enfatizou que os conselhos eram sugestões e não devem escravizar a comunicação, afinal, como havia dito no início da palestra, a naturalidade é fundamental.
