Os hipermercados, amplas lojas de mais de oito mil metros quadrados, vêm perdendo espaço para pontos de venda mais próximos do consumidor, onde é possível encontrar rapidamente o que se precisa. Em época de consumo ascendente no país, o hiper é o único canal a apresentar retração nas vendas. Só no primeiro semestre, a queda foi da ordem de 7% em volume de produtos vendidos. Em faturamento, a retração foi de 9% em relação ao mesmo semestre de 2009. De todo o varejo alimentar nacional, o hipermercado significa apenas 3% do faturamento.
Enquanto isso, os mercadinhos de bairro (até quatro checkouts), os pequenos supermercados (até nove) e os médios (até 19) tiveram vendas 7%, 10% e 9% maiores no semestre, respectivamente. Para o consumidor, esses estabelecimentos são bons porque oferecem comodidade e variedade, perto de casa, tanto para as compras do dia a dia quanto para as compras do mês.
Um outro canal, que terá seu desempenho medido pela Nielsen a partir de 2011, dá indícios de estar assumindo o papel do hiper nas compras de abastecimento: é o “atacarejo”, que vem conquistando também o consumidor final.
Nos “atacarejos”, as lojas não são confortáveis como as do grande varejo – não têm ar condicionado e apresentam poucos checkouts. Mas o preço 20% menor, em média, convence o consumidor a deixar esses detalhes de lado. No ano passado, o total de compradores que passou a incluir as lojas de atacado no seu roteiro de compras saltou de 17% para 22%, segundo a Nielsen. O que mais atrai são os itens de mercearia e perecíveis, que compõem cerca de 60% do mix.
Fonte: Valor Econômico
