Transferir o mínimo de aumento nos preços dos produtos é um dos principais objetivos dos supermercadistas paulistas, a fim de não impactar o orçamento dos consumidores e manter a sua fidelidade. Tais aumentos têm se acumulado, uma vez que, além da estiagem e do aumento do dólar, o setor tem lidado com um fator que já era esperado diante da escassez de chuvas: o reajuste na tarifa da energia elétrica, que vem ocorrendo desde o final de 2014.
De acordo com o vice-presidente da APAS, Erlon Ortega, a despesa média com energia subiu no Estado de São Paulo do equivalente a 0,9% do faturamento dos supermercados no ano passado para 1,7% em 2015, superando os gastos com aluguel, que respondem de 1 a 1,5% do faturamento. Esses custos passaram a ser a segunda maior despesa em algumas redes supermercadistas, ficando atrás apenas da folha de pagamento.
Neste contexto, os supermercadistas têm adotado projetos de eficiência energética com a instituição de práticas estabelecidas nos Guias Práticos para Supermercados mais Sustentáveis da APAS. Editados em duas versões, os matérias trazem importantes dicas, incluindo pequenas ações, como, por exemplo, a substituição de lâmpadas comuns por lâmpadas de LED, a substituição de balcões refrigerados e ilhas de congelados abertas por balcões e ilhas com tampas para menor consumo de energia.
Redução na prática
Renato Gaspar Martins, diretor do Supermercado Santa Cruz, que conta com quatro lojas em Votuporanga, interior do Estado, relata a sua experiência no que diz respeito à redução na conta de energia após utilização dos Guias da APAS.
“Em setembro do ano passado fiz a primeira substituição da ilha de congelados por fechada e motor aclopado. No mesmo mês, porém, houve aumento de energia e não consegui mensurar a redução. Já em março de 2015 eu me preparei melhor para o acompanhamento e, além disso, realizei a substituição das lâmpadas das gôndolas iluminadas por LED, além da substituição da outra ilha de congelados. Neste período, foi realizado um reajuste na conta energia em 21% e, a partir das providências tomadas e utilização dos Guias da APAS, consegui uma redução de 6% ante o mesmo anterior, sendo assim uma economia de 27% e se mantendo nos meses subsequente”.
O também vice-presidente da APAS destacou a importância dos Guias Práticos da APAS aos associados. “Temos informações ricas nos materiais – desde reforma, novas lojas e ações operacionais. Os Guias são de fácil leitura para multiplicação com os colaboradores responsáveis por departamentos terem a oportunidade de colocar em prática”, elogiou.
O bom resultado obtido na prática – e de forma tão rápida – faz com que Renato já pense nas mudanças para as outras unidades da rede. “Já realizamos encomendas de equipamentos e lâmpadas para substituição. Outro fator que chamou muito atenção é que, além da economia gerada, os clientes estão extremamente satisfeitos com a melhor apresentação dos produtos. O feedback com consumidores está sendo muito positivo e também tivemos aumento da venda de congelados”.