Os supermercadistas da cidade de Leme, no interior paulista, comemoram os resultados das vendas em 2008. José Cláudio Beltram, presidente da Rede Serv Mais – central de negócios que reúne sete lojas: Beltran (duas unidades); São Rafael; Gizotti; Toka; e Santa Rita (duas unidades) – afirma que a crise econômica mundial não irá afetar o bom desempenho mantido pelo setor.
Para ele, as perspectivas atuais não são de crescimento. No entanto, com a diminuição do crédito e a dificuldade de financiamento, o consumo de bens duráveis como eletroeletrônicos, e até mesmo gastos com lazer serão menores, canalizando os recursos para as compras domésticas. Neste sentido, o setor de alimentação básica deve manter e até incrementar as vendas neste ano.
Em compensação, produtos supérfluos como os de limpeza, beleza, iogurtes, bebidas, e carnes mais nobres, como a picanha, terão o consumo diminuído. O analista da Link Corretora, Rafael Cintra, concorda com Beltram. “Alimento é o último item que as pessoas cortam do orçamento. Com a renda menos comprometida com prestações, vai sobrar dinheiro para manter o padrão de alimentação. Isso deixa o setor protegido”, diz o economista.
Apesar da tranqüilidade, a Rede Serv Mais traçou uma estratégia para driblar a instabilidade. A decisão foi reduzir os estoques, comprando somente produtos de maior giro. O objetivo é manter mais dinheiro em caixa visando à realização de bons negócios para gerar promoções. Outra medida foi o corte de gastos desnecessários. “A hora é de enxugar as despesas e inovar para cativar os clientes”, conclui Beltram.