Em cumprimento ao TAC – Termo de Ajustamento de Conduta, firmado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS), Ministério Público do Estado de São Paulo e Procon-SP, desde o dia 4 de abril os supermercados paulistas substituíram as sacolas descartáveis por reutilizáveis. A entidade recomenda aos consumidores que as ecobags sejam mantidas limpas e higienizadas com frequência a fim de evitar contaminações.
Em reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (5 de abril), o infectologista do Hospital das Clínicas Marcelo Litvoc afirma que é necessário lavar as sacolas. “Todos os nossos objetos pessoais têm bactérias. O carro tem; nossas mãos também. A gente não precisa viver numa bolha. O mais importante é a higiene na hora de manipular os alimentos”, ressalta.
Já o biólogo Otávio Valente Ruivo destaca que o uso de sacolas oxibiodegradáveis, oferecidas em alguns supermercados, também não é solução. “Essa sacola é química e necessita de condições muito específicas para se degradar que só existem em laboratório”, afirma o biólogo.
Ruivo entende que o uso de sacolinhas feitas a partir de amido de milho ou batata são alternativas mais interessantes porque podem se decompor mais facilmente. “O ideal mesmo seria retornar ao passado. E utilizar sacolas de fibra natural, de palha ou de tecido.”
Veja o depoimento do biólogo Otávio Valente Ruivo:
“Vivi seis meses em Dublin, na Irlanda, no ano passado. Lá, nem supermercados nem lojas oferecem sacolas descartáveis aos clientes. Como eu já sabia disso antes de me mudar, levei do Brasil duas sacolas de pano para utilizar em compras. O grande truque é: tê-las sempre na bolsa, dobradinhas. Claro que não dá para levar grandes compras só com elas. O jeito é arrumar parte dos produtos na mochila, de vez em quando, além das duas sacolas.
Não é raro ver algum esquecido saindo do mercado com poucos produtos na mão. Ou uma alternativa é comprar sacolas reutilizáveis à venda em todos os lugares. Nas lojas, o que se oferece gratuitamente são sacolas de papel. Nos mercados, não há opção sem pagar. Embora as descartáveis não tenham sido totalmente eliminadas, as pessoas compram sacos para o lixo. A Europa mostra que a obrigação cria o hábito. É possível sobreviver sem sacolas. E nem é difícil.”
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Fonte: Folha de S. Paulo
