Após uma noite de negociações, quase 200 países assinaram no último sábado, 15 de outubro, em Kigali, capital de Ruanda, um Acordo que visa à redução progressiva dos hidrofluorocarbonos (HFCs), um dos gases do efeito estufa considerados muito nocivos para o clima.
Com a assinatura do Acordo, os HFCs – grupo onde encontramos o R404A, R134a, R410a, R407, entre outros usados em substituição ao R22 – terão a importação reduzida nos próximos anos, devido ao grande impacto que apresentam no aquecimento global.
O Brasil traçará a sua linha de base a partir do consumo de HFCs de 2020 a 2022, iniciando a redução gradativa a partir de 2024. Até 2029 deverá reduzir apenas 10%, chegando a 80% em 2045. Thiago Pietrobon, diretor da Ecosuporte, avalia que a proposta aprovada para o Brasil traz segurança ao processo de eliminação dos HFCs.
A linha de base será calculada após o R22 sofrer o maior corte de importação. Caso outras tecnologias não tenham se consagrado, os HFCs ainda estarão disponíveis e o consumo será medido neste ambiente sem R22 disponível para todos. Além disso, os cortes de importação dos HFCs passarão de 10% apenas daqui a 13 anos, quando os sistemas montados hoje já terão passado de 10 anos de uso.
Leia mais
O governo brasileiro, durante as negociações da 28ª Reunião das Partes do Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio (MOP-28), levou a proposta debatida na 13ª Reunião do Grupo de Trabalho GT–HCFCs, ao qual a Ecosuporte participa representando o setor supermercadista.
Magna Luduvice, gerente de Proteção da Camada de Ozônio do MMA, apresentou a proposta brasileira que previa o Congelamento da importação desses gases em 2025, a partir de uma linha de base que será calculada com base no consumo entre 2021 e 2023. A proposta aprovada na MOP-28 adiantou apenas um ano em relação ao encaminhado pelo Brasil.
Como ficou o Acordo?
– Grupo de países desenvolvidos reduzirá a produção e consumo de HFC em 10% antes do final de 2019 em relação aos níveis de 2011-2013, e 85% antes de 2036;
– Grupo de países em vias de desenvolvimento, entre eles, o Brasil e a China – o maior produtor mundial de HFC -, além dos africanos, se comprometeu a iniciar a transição em 2024. Deverão alcançar uma redução de 10% em relação aos níveis de 2020-2022 para 2029, e de 80% para 2045.
– Grupo de países em desenvolvimento, incluindo a Índia, Paquistão, Irã, Iraque e os países do Golfo, não começará, por sua parte, até 2028, para chegar a uma redução de 10% em relação ao período 2024-2026, em 2032, e de 85% em 2047.
O acordo de Kigali supõe um passo importante na luta contra o aquecimento climático e permite dar um sinal positivo para a próxima grande conferência anual sobre o clima, a COP 22, em Marrakesh, no Marrocos.
De acordo com a informação científica, por meio de redução dos HFCs, pode-se evitar 0,4°C de aquecimento global até o final do século. Por isso, as ações de redução de HFCs são defendidas para somar forças às demais ações, que objetivam limitar o aumento da temperatura global até 2100 a 2°C, em relação aos níveis pré-indústria.
Fonte: Ecosuporte (http://www.ecosuporte.com.br/acordo-confirma-a-reducao-dos-hfc/)
Créditos da imagem: http://www.voanews.com/a/world-climate/3552691.html