Quem está assegurando o abastecimento da população também deve adotar medidas de prevenção para evitar o risco de infecção pelo novo coronavírus.
Os profissionais que ficam mais expostos são os que atendem diretamente os consumidores ou que circulam com maior frequência na loja. O médico infectologista e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Luis Fernando Waib, orienta sobre as principais medidas que devem ser adotadas para preservar a saúde de quem atua nos supermercados. Confira a seguir:
Operadores de caixa
– Como a estação de trabalho é fixa, o profissional deve higienizar o local antes de assumir o posto, usando um pano limpo e álcool líquido 70%. Todas as superfícies devem ser higienizadas, incluindo teclados e maquininhas de pagamento.
– A exposição deve ser reduzida, na medida do possível. O uso de barreiras é uma forma de limitar o contato entre o caixa e os consumidores.
– Álcool gel 70% deve ficar à disposição do colaborador ao longo de toda a sua jornada de trabalho, para ser usado sempre que necessário.
– O caixa deve evitar ao máximo levar a mão ao rosto mas, se for fundamental, deve higienizar as mãos com álcool gel antes.
Repositores
– Nesta função há maior dificuldade em criar barreiras para evitar contato com outras pessoas. Por isso, o uso da máscara é indicado.
– O cuidado em não levar as mãos ao rosto é essencial, pois o profissional manuseia uma grande quantidade de produtos e superfícies nas lojas.
– O supermercado deve deixar à disposição áreas para limpeza das mãos, com sabão e álcool gel 70%, de modo que o colaborador se higienize após executar uma determinada tarefa ou sempre que considerar necessário.
Atendentes – padaria, açougue, rotisserie etc.
– Pelo contato e manuseio de alimentos, é importante reforçar os cuidados, usando máscara e luvas.
– Também deve ser evitado o contato com o rosto. O uso de álcool gel 70% é indicado, sempre que necessário.
– Todas as recomendações de boas práticas relativas ao manuseio de alimentos devem ser seguidas à risca neste momento.
Colaboradores sintomáticos
– O período atual é propício para a ocorrência de gripes e alergias, cujos sintomas podem se confundir com os da Covid-19, como coriza, tosse e dor de garganta. Mas esses sinais, por mais leves que sejam, não podem ser negligenciados e devem ser comunicados aos superiores.
– Esses colaboradores devem ser acompanhados e monitorados. Caso os sintomas sejam inespecíficos, ainda assim, os profissionais devem utilizar máscara o tempo todo e diminuir, na medida do possível, o contato com o público.
– Febre, tosse, falta de ar e sintomas persistentes exigem atenção médica imediata e dispensa para tratamento.
Grupo de risco
– Colaboradores que fazem parte do grupo de risco precisam redobrar os cuidados e não devem ficar muito expostos. Se não forem dispensados do trabalho, precisam ser realocados para áreas em que não há contato com o público, como a administrativa. É o caso das pessoas com mais de 60 anos ou que tenham doenças crônicas, a exemplo de diabetes e hipertensão.
Ao final do expediente
– Supermercados que têm vestiário devem orientar os colaboradores para que troquem de roupa antes de ir para casa. Nesse caso, as vestimentas usadas ao longo da jornada de trabalho devem ser retiradas e acomodadas em saco plástico para serem lavadas, na sequência.
– Caso contrário, ao chegar em casa, o colaborador deve, antes de qualquer coisa, trocar de roupa e tomar um banho. É melhor que não tenha contato com outros familiares sem ter feito a higiene.