A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) realizou em 31 de outubro, em sua sede, na capital paulista, o Seminário Fraudes na Indústria com o objetivo de apresentar conceitos, ameaças e estratégias de prevenção de fraudes cometidas contra a indústria e seus componentes financeiros e de pagamentos. A Associação Paulista de Supermercados (APAS) marcou presença no evento para ouvir as principais recomendações a fim de que os empresários supermercadistas se previnam contra o golpe.
O evento foi coordenado pelo diretor do Departamento de Segurança (Deseg) da Fiesp, Ricardo Franco Coelho. Para ele, o tratamento da fraude é um problema corporativo e estratégico. “A posição estratégica da organização representa uma aliança interna importante”, afirmou.
O consultor da Fundação Getulio Vargas (FGV), João Peres, falou sobre os riscos e fraudes corporativas e disse que não existe fraude sem um processo de corrupção vinculado. Segundo pesquisa da KPMG apresentada pelo consultor, a perda financeira das empresas brasileiras e americanas em fraudes representa 5% do Produto Interno Bruto (PIB) dos respectivos países. “Além disso, 74% das empresas da América Latina disseram ter prejuízo com fraudes, sendo que corrupção e suborno representam 79% deste índice”.
O gerente de ética da ICTS Internacional, Renato Almeida dos Santos, explicou como a compliance (conjunto de disciplinas para fazer cumprir as normas legais, as políticas e as diretrizes estabelecidas para o negócio e para as atividades da empresa) pode ser uma ferramenta de prevenção da fraude organizacional. Santos afirmou que dentro das corporações, 13% dos colaboradores agem de forma antiética, 60% agem conforme as regras e 27% têm um perfil adequado. “É possível ensinar ética aos colaboradores, pois, na percepção deles, a organização tem o poder. Cabe a esta prevenir fraudes e não apenas delegar aos gestores”, ressaltou.
Fraudes bancárias
Outros palestrantes do seminário foram Karlis Mirra Novickis, advogado especialista em Direito Empresarial, que abordou o tema “Aspectos legais envolvendo fraudes corporativas”; Antonio Gesteira, presidente da NFe do Brasil (Grupo TBA), que falou sobre fraudes que envolvem emissão de Nota Fiscal Eletrônica; e Paulo Renato Sivieri, da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) e da área regional de Segurança São Paulo do Banco do Brasil. Sivieri falou sobre a necessidade de as empresas, incluindo os supermercados, terem uma política de segurança séria para se evitar fraudes e adulteração em boletos de cobrança.
“Monitorar as transações, identificar liquidações de boletos, publicar alertas para redes de agências, oferecer aplicativos de segurança para transações via internet e estimular clientes a aderir ao Débito Direto Autorizado (DDA) são algumas das ações que os bancos já estão fazendo para prevenir as fraudes”, disse Sivieri, da FEBRABAN.
Legenda da foto acima: Da esq. para a dir.: Paulo Roberto Hummel (consultor da FGV), Ricardo Franco Coelho e Fernando Só e Silva, ambos diretores do Deseg Fiesp
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