Mesmo com a economia em ritmo mais lento, o setor supermercadista paulista gerou 14.754 novos postos de trabalho formais no ano passado. Superando as expectativas, as lojas de pequeno e médio porte (com 100 a 249 funcionários) do interior paulista surpreenderam e foram as grandes responsáveis pelo crescimento.
Os números são resultado de um levantamento da Associação Paulista de Supermercados (APAS), por meio de dados do RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgados nesta terça-feira (19 de setembro). De acordo com o estudo, dois novos milhões de empregos foram criados em todo o Brasil. Os setores que mais contrataram foram, respectivamente: serviços, comércio e construção civil.
As contratações cresceram, principalmente, entre as empresas que possuem de 100 a 249 funcionários (7,4% em relação a 2010), seguidos pelo desempenho favorável das empresas que possuem de 50 a 99 funcionários (5,9%). O setor supermercadista cresceu 3,2% a mais do que em 2010.
“O setor supermercadista só não contratou mais por falta de mão de obra qualificada. Encontramos grande dificuldade em quase todas as vagas, desde caixa até confeiteiro. A dificuldade é ainda mais expressiva para as vagas especializadas, como padeiro e açougueiro”, afirma o diretor de Economia e Pesquisa da Associação Paulista de Supermercados (APAS) Martinho Paiva Moreira.
Estratégia que ajudou no setor foi o incentivo à capacitação da mão de obra. A Escola APAS, por exemplo, somente no ano passado capacitou 20.573 profissionais do setor. Além de cursos presenciais no interior de São Paulo, a entidade oferece uma ferramenta on-line de treinamento, a E-Super – Escola Digital de Supermercados. Até hoje, 1.700 usuários usufruem dos 42 cursos disponíveis e mais de mil certificados foram emitidos.
Destaque para jovens e idosos
Um dado chama a atenção na pesquisa divulgada pelo MTE. Dois grupos se destacaram e tiveram crescimento bem maior na criação de vagas: os idosos e os jovens. O emprego entre os jovens com 16 e 17 anos cresceu 14,48%. Entre os trabalhadores com mais de 65 anos, o crescimento foi de 11%. Outro dado importante é a participação das mulheres no mercado formal: a presença delas aumentou 5,93%, contra um crescimento de 4,49% para homens.