O crescimento do número de pessoas morando sozinhas ao longo dos últimos anos e o aumento da participação das mulheres como chefes de família afetam diretamente o setor de supermercados. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) contabilizou, em 2010, 57 milhões de domicílios brasileiros, dos quais 6,9 milhões eram habitados por apenas uma pessoa (12,1% do total), um crescimento de três pontos percentuais em relação ao ano 2000 (9,1%). Desse total, 6,1 milhões de pessoas (88%) residem em áreas urbanas.
Com a alteração no perfil das residências, a indústria de alimentos e bebidas passou a investir em produtos mais práticos, econômicos e com porções menores ou até mesmo individuais. O presidente da Associação Paulista de Supermercados (APAS) João Galassi avalia que para os supermercados há possibilidade de expansão dos serviços prestados para esse público e, ainda, o desafio de proporcionar um mix diferenciado. “Hoje os supermercados oferecem pratos prontos, minipizzas, carnes, verduras e frutas in natura, embaladas em porções menores”.
Já o percentual de famílias que tem as mulheres como a pessoa responsável pelo domicílio saltou de 19,5% para 46,4%, entre os censos dos anos 2000 e 2010. “Diante dessa alteração, as mulheres passaram a ter menos tempo para outras atividades. Fazer compras nos supermercados é um exemplo e o varejo deve se atentar para um atendimento diferenciado”, explica Galassi. As vendas pela internet são um fator importante desta adaptação do setor para facilitar a vida das mulheres.
Para o presidente da APAS, cresce nos supermercados a oferta de produtos atrelados à facilidade e praticidade ao mesmo tempo em que ajustam o mix de produtos para atender essa parcela da população. “Percebemos grande aumento na disponibilização de produtos da cesta de higiene e beleza, por exemplo”, finaliza.