Ao longo de sua história, o setor supermercadista de São Paulo defendeu inúmeras bandeiras para garantir igualdade de tratamento com outros setores econômicos ou enfrentar a burocracia em busca do aperfeiçoamento das rotinas administrativas. Três delas merecem destaque: a abertura das lojas aos domingos, o enquadramento do setor nos benefícios concedidos à indústria no consumo de energia elétrica e a utilização de máquinas registradoras em substituição aos velhos livros de escrituração para recolhimento de impostos.
Olhar a história dos supermercados de São Paulo é rever a história do crescimento e desenvolvimento do Estado e do País. Fernando Pacheco de Castro, considerado o “pai dos supermercados” no Brasil, juntou forças com vários empresários da capital e do interior para fundar a primeira associação supermercadista, a Associação dos Profissionais de Comércio Varejista das Empresas Supermercados do Estado de São Paulo (APCVESESP). Cinco anos depois, em agosto de 1968, a diretoria da entidade se reuniu e escolheu o dia 12 de novembro como o Dia do Supermercado, data da abertura da primeira convenção do segmento, que durou dois dias com palestras, painéis e exposição na sede da entidade.
Nesse mesmo ano, a APCVESESP deu lugar à Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que permaneceu sob o comando de Castro até 1977. No ano seguinte, em 1969, o próprio Castro destacou-se como o grande incentivador da criação da Associação Paulista de Supermercados (APAS), sendo criada no ano de 1971. A APAS já nasceu grande, pois contava com todos os associados da Abras do Estado de São Paulo.
O então prefeito da capital paulista, José Vicente de Faria Lima, publicou em 13 de novembro de 1968 a Lei nº 7.208, para definir, caracterizar e regulamentar o funcionamento dos supermercados em São Paulo.
Crescimento do setor paulista
A APAS é uma entidade de classe que reúne empresários supermercadistas do Estado de São Paulo com o objetivo de integrar toda a cadeia do abastecimento. Tem como meta profissionalizar o setor e melhor atender os anseios do consumidor, além de buscar a excelência na operação, apontar as tendências do varejo e defender a justiça social e a sustentabilidade.
A representatividade da APAS é consequência da importância do setor para a economia nacional. Isso a habilita atuar em nome do segmento junto ao poder público, buscando sempre aprimorar o diálogo e promover a evolução do autosserviço.
O faturamento nacional do setor, conforme dados da Nielsen-Abras, foi de R$ 224,3 bilhões em 2011. O crescimento no período foi de 11,3% nominal e 4,4% real. Com esses números, o setor passa a representar 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, usando como deflator o IPCA médio de 6,5%.
O setor representa 9% do consumo das famílias, 54% do comércio brasileiro, cerca de R$ 52 bilhões de impostos arrecadados direta e indiretamente, representando aproximadamente 6% de todos impostos pagos no Brasil, 1 milhão de empregos diretos e 3 milhões de empregos indiretos. Assim, 15,6% da População Economicamente Ativa empregada estão nos supermercados. Com um atendimento semanal de 50 milhões de consumidores, vale ainda ressaltar que 85% da população brasileira se abastecem nos supermercados, algo em torno de 170 milhões de pessoas.
Nesse contexto, os supermercados paulistas respondem por 30,5% desse movimento, totalizando R$ 68,4 bilhões e alcançando a expressiva marca de 1,7% do PIB. Pelo seu dinamismo, o setor está sempre em busca das melhores práticas de gestão e em sintonia com as tendências internacionais do varejo.
Fonte: Livro “O supermercado nosso de cada dia”