O índice de ruptura – falta de produtos nas gôndolas dos supermercados do Estado de São Paulo – é de 8,3%. É o que revela pesquisa inédita sobre logística de varejo, realizada pela ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing de SP – com o apoio da APAS – Associação Paulista de Supermercados.
A taxa elevada pode ser explicada pelo fato de o empresário do varejo desconsiderar esse atributo na hora da escolha do local das compras pelos consumidores, priorizando apenas qualidade do atendimento, preços baixos e promoções.
O objetivo da pesquisa, que teve a participação de todos os formatos de lojas, desde as denominadas compactas (1 a 4 check-outs) até os hipermercados (acima de 19 check-outs), foi investigar a taxa de ruptura nas redes varejistas paulistas, suas causas, e apurar os responsáveis na visão dos gestores do negócio.
Falhas no processo logístico do fornecedor, como atraso ou entrega incorreta de mercadorias, foram apontadas como a principal causa de ruptura. O estudo mostra ainda que os itens de higiene, saúde e beleza são os que mais faltam nas prateleiras, seguido da categoria bazar. A maior incidência ocorre entre domingo e terça-feira, devido ao aumento da demanda e ausência da reposição de produtos aos finais de semana.
Para o coordenador do Núcleo de Varejo da ESPM e um dos autores do levantamento, professor Ricardo Pastore, o problema pode ser minimizado a partir de soluções conjuntas entre indústria e varejo, a fim de melhorar a eficiência das operações. Com isso, evita-se clientes insatisfeitos quando não encontram o que desejam.
Entre as ações gerenciais para diminuir a ruptura e desperdícios, estão a redução de estoques; reposição diária de produtos; monitoramento do desempenho dos fornecedores e auditoria visual das gôndolas.
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Metodologia da pesquisa
A pesquisa “Logística de varejo: uma análise sobre a questão da ruptura de estoque e suas causas no setor supermercadista paulista sob a ótica dos gestores do negócio” foi realizada no ano passado com 108 supermercadistas associados da APAS, sendo a maioria (60%) representante do médio varejo (5 a 19 check-outs), seguido dos hipermercados (21%) e dos compactos (19%).
Das informações coletadas no questionário enviado por e-mail, foram apurados importantes indicadores: taxa de ruptura, formas de mensuração, causas e responsáveis, bem como apontados caminhos que os gestores podem seguir a fim de administrar a falta de produtos nas lojas. Foram considerados todos os formatos de lojas, do pequeno varejo aos hipermercados.
Os autores da pesquisa foram os professores Luis Henrique Rigato Vasconcellos e Ricardo Pastore, da ESPM; e Mauro Sampaio, da Escola de Administração do Estado de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV).