Empresários e executivos das principais redes supermercadistas do País debateram durante o Workshop Abras, no Bourbon Convention & Resort, em Atibaia (SP), a eliminação dos HCFCs no Brasil e as novas alternativas tecnológicas em refrigeração comercial. Organizado pela Associação, o evento abriu as atividades da 50ª edição da Convenção ABRAS, que reuniu mais de 700 supermercadistas.
Fernando Yamada, presidente da ABRAS, destacou a importância do Workshop.
“Hoje, não há como promover crescimento econômico sem olhar para o planeta. A sustentabilidade é um assunto que integra a vida do supermercadista e vai impactá-la cada vez mais”.
Protocolo de Montreal
Magna Luduvice, gerente de Proteção da Camada de Ozônio, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), foi a primeira palestrante do dia e abordou a evolução do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), fluídos frigoríficos ainda muito utilizados nos sistemas de refrigeração em supermercados.
Magna explicou detalhadamente como o governo brasileiro encaminha as questões relacionadas à implementação do Protocolo de Montreal, que determinou a eliminação dos HCFCs (redução no Brasil de 35% do consumo em 2020 e total em 2040).
“O maior uso do HCFC-22 (82,26%) se dá no setor de serviços, predominantemente no setor de supermercados, por isso a importância das empresas do setor estarem atentas a formas de evitar vazamentos desse fluído, que ainda é muito utilizada (Uma loja desperdiça no ano 102% da carga inicial)”, disse.
Novas tecnologias
Segundo Rogério Marson, gerente de Engenharia da Eletrofrio, o problema maior está nas lojas antigas do setor, já que as novas unidades estão sendo realizadas com sistemas que utilizam outros fluídos.
“Em seis anos o setor de supermercados conseguiu zerar a utilização de HCFC-22 em instalações novas”, disse.
Marson explicou o avanço da utilização pelo setor de tecnologias mais sustentáveis, a partir de fluídos naturais como CO2, propano e amônia.
“O R-22, como refrigerante sintético, foi uma excelente alternativa por 30 anos, mas deixou prejuízos ao meio ambiente. Estou convencido de que as tecnologias dos refrigerantes naturais voltaram para ficar (Foram as primeiras a serem utilizadas no mundo desde 1850). São as melhores alternativas futuras. Teremos de trabalhar cada vez mais com as altas pressões do CO2, com a inflamabilidade do propano e com a toxidade da amônia, e, por essas tecnologias exigirem maior capacitação de pessoal técnico, precisará ser o foco das empresas do setor”, recomendou.
Exemplo do setor
Aroldo Lima, gerente geral de Manutenção e Obras da Companhia Zaffari Bourbon, destacou que a empresa foi pioneira na utilização de fluidos naturais em refrigeração no setor, com um plano de trabalho estruturado desde 1987, que investiu em máquinas recolhedoras; treinamento e capacitação de pessoal; em centrais de reposição; na compra de fornecedores certificados; e na utilização de procedimentos de segurança.
“Em 1987 a Cia. Zaffari, atenta às orientações do Protocolo de Montreal, tomou a decisão de reduzir a quantidade de HCFCs, utilizando estes apenas como fluído primário na casa de máquinas e outros fluídos secundários para a troca. Neste mesmo ano, fez sua primeira aplicação com fluído natural em alta temperatura (amônia). E em 1990 já inaugurava suas primeiras lojas 100% com fluído natural”, disse Lima.
Fontes: ABRAS e Sete Estrelas Comunicação / GIZ