O mapa do consumo no Brasil mudou nos últimos anos junto com a queda da taxa de fecundidade e o envelhecimento da população, aponta uma pesquisa encomendada pelo jornal Brasil Econômico à consultoria Cognatis.
Nesse novo cenário, os idosos que moram sozinhos foram os que mais aumentaram os gastos com bens e serviços entre 2003 e 2009 — alta de 13,9% na média mensal, para R$ 1.689. No mesmo período, a renda média desse grupo cresceu 28,4%, chegando a R$ 2.348, também a maior alta. Segundo o levantamento, o Distrito Federal tem a maior média de consumo de idosos (R$ 2.756), seguido pelo Rio de Janeiro (R$ 2.394).
Além dos idosos, os domicílios de casais que trabalham e não possuem filhos também ganharam espaço, beneficiando especialmente o mercado de alimentação, no qual as famílias maduras ainda registram o maior gasto. Depois das famílias jovens (aumento de 10% nas despesas com alimentação), foram os casais sem filhos que mais elevaram os gastos com alimentos de 2003 a 2009 (7,8%).
De acordo com Reinaldo Gregori, sócio-diretor da Cognatis e responsável pelo estudo, a proporção cada vez menor de famílias com filhos impacta vários setores, como a venda de botijões de cozinha, por exemplo. “O segmento que gasta mais com gás de cozinha está desaparecendo: a família que tem filhos. Casais sem filhos e solteiros comem na rua. Quem cozinha normalmente é a família que tem pai e mãe em casa. Fornecedores têm que pensar em vender mais gás para restaurantes e menos para residências”, explica.
Fonte: Brasil Econômico
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