A Rede Todo Dia, bandeira de supermercados voltada para as classes D e E do Wal-Mart no Brasil, vai se expandir num ritmo mais acelerado do que os demais negócios da multinacional no País nos próximos anos. De acordo com o cubano Hector Nuñez, que assumiu em janeiro a presidência da filial brasileira, o Todo Dia deve ter um peso nos negócios proporcional ao do Bodega, no México.
Com 113 lojas, o Bodega é o maior negócio do grupo no mercado mexicano, respondendo por um terço das vendas da companhia no País, que alcançaram US$ 20 bilhões em 2007. Seu perfil é popular, semelhante ao da rede Todo Dia, mas em tamanho são totalmente diferentes. O Bodega, cujas vendas somaram US$ 7 bilhões, equivale sozinho a todo faturamento do Wal-Mart no Brasil, que atingiu R$ 15 bilhões no ano passado.
O Todo Dia é a menor operação do Wal-Mart no mercado brasileiro, com apenas 11 lojas. Juntas, as bandeiras Todo Dia e Maxxi, rede atacadista que também dirige-se às classes D e E, representam menos de 10% das vendas do Wal-Mart no País. O grupo, que possui 313 lojas no Brasil se somadas todas as bandeiras, prevê investir R$ 1,2 bilhão e inaugurar 36 unidades em 2008. Núñez não revela quantas dessas novas lojas serão Todo Dia. Mas, de acordo com ele, a idéia é levar a bandeira para vários estados – das 11 lojas da rede, nove estão no Nordeste e duas em São Paulo.
Expertise
As incursões dos grandes grupos varejistas nos mercados de baixa renda se deram por meio de aquisições. Neste caso, além dos pontos, as grandes cadeias precisam adquirir o expertise que os operadores possuem nas áreas em que atuam. No setor de ‘atacarejo’ – mistura de atacado com varejo que só existe no Brasil -, as três grandes cadeias saíram à caça de oportunidades. O Carrefour comprou o Atacadão, o Pão de Açúcar associou-se ao Assai, e o Wal-Mart incorporou o Maxxi, que pertencia ao Sonae.
Nos últimos cinco anos, a América Latina passou a ser uma prioridade para a gigante americana Wal-Mart. No México, o grupo hoje atua em vários segmentos. O grupo possui 400 restaurantes, uma rede de vestuário e abriu um banco no país. O Carrefour também possui um banco no Brasil, mas, para o Wal-Mart, a parceria firmada com o Unibanco impede um avanço do grupo neste setor. Quando comprou o Bompreço, o Wal-Mart decidiu vender a financeira da rede, a HiperCard, para o Unibanco, que pagou por ela US$ 200 milhões.